O Ibope desenvolveu uma tecnologia de transmissão de dados de audiência à prova de hackers. Segundo Flavio Ferrari, CEO do instituto, o sistema será implantado ainda neste ano.
Com a tecnologia, o Ibope pretende acabar com a publicação de audiências prévias em blogs e no Twitter. O principal alvo da empresa são jovens fãs de televisão que publicam as audiências minuto a minuto.
Em contrato, o Ibope proíbe seus assinantes (emissoras de TV e agências de publicidade) de divulgarem audiências prévias. Argumenta que essa audiência nem sempre é a real (porque não retrata toda a amostra de medição) e que sua divulgação pode influenciar o comportamento do público.
Mas esses dados “vazam” o tempo todo. São duas as principais hipóteses de “vazamento”: a) blogueiros e usuários do Twitter conseguiriam os dados por meio de falhas na segurança do sistema de transmissão das informações do instituto às emissoras; b) os números seriam obtidos nas intranet das redes de TV, com ou sem consentimento delas (as emissoras recebem as informações do Ibope e as publicam em um canal on-line interno, ao qual alguns de seus funcionários têm acesso digitando senhas).
Nos bastidores das emissoras, especula-se que o novo sistema do Ibope restringirá drasticamente o acesso dos profissionais de TV aos números de audiências. Apenas os principais executivos teriam os dados e somente em computadores previamente cadastrados pelo Ibope, o que eliminaria o acesso às audiências por meio de smartphones.
O Ibope, por se tratar de uma tecnologia de segurança, não fornece informações sobre ela. Mas nega que o novo sistema irá restringir o acesso dos profissionais das redes às prévias de audiência. Afirma que as redes continuarão exercendo o direito de determinar quais de seus funcionários têm acesso aos dados.
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