segunda-feira, maio 10, 2010

“Polícia 24 horas” é ruim

Parte do pacote de estreias da Bandeirantes, “Polícia 24 horas” — formato da produtora argentina Cuatro Cabezas — é um conjunto de erros. O semanal, que lembra muito antigas produções da televisão como o “Aqui Agora”, do SBT, pretende fazer um registro fiel do trabalho da polícia ao acompanhar suas operações nas ruas de São Paulo.

O primeiro erro, e o mais grave, é de conceito. Não há isenção possível na presença de uma câmera. Os PMs jogam visivelmente para a arquibancada. Ligados na gravação, soltam frases artificiais na hora de revistar um suspeito, como “Tá nervoso? Não fica. É a PM que está aqui pra te proteger”. Fofo, mas pouco espontâneo, para dizer o mínimo. Sem conseguir se enquadrar no modelo jornalístico, “Polícia 24 horas” tende para a crônica da rotina do guarda bonzinho. Não que eles não existam, mas qual a graça de uma encenação quando não se trata de dramaturgia?

Como se não bastasse, os equívocos técnicos são tantos e tão grandes que nem justificariam a exibição de uma atração de tão baixa qualidade numa emissora como a Band. Muitas das operações policiais acontecem à noite, em locais escuros. Isso, somado ao fato de a imagem do rosto dos personagens menores de idade aparecer borrada, torna o resultado visual desagradável e eventualmente até indecifrável. Pior: a captação de som, ruim, faz de tudo uma gritaria.

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