sábado, maio 01, 2010

Sem traquejo, vice-presidente da Rede TV dá vexame como apresentador

Imagine que um dia você acorde com vontade de apresentar um programa de televisão – algo que você nunca fez na vida. Legal. É sempre bom estabelecer novos desafios. Tomando café, você pensa: como eu vou conseguir fazer isso? Só vejo duas opções: ou você batalha pelo seu sonho, mesmo que demore anos para realizá-lo, ou esquece da ideia e sonha com algo menos difícil.
Algum engraçadinho poderia dizer que existe uma terceira opção: compre uma emissora de televisão. Sendo proprietário, você pode fazer o que bem quiser – até mesmo apresentar um programa. Silvio Santos não faz isso?

Talvez com Silvio Santos em mente, Marcelo de Carvalho um belo dia pensou: eu também posso. Vice-presidente da Rede TV, que fundou em 1999, em sociedade com Amilcare Dallevo, Carvalho estreou nesta quinta-feira no comando de um programa de televisão.
Mas, diferentemente do ex-camelô Silvio, que ralou mais de uma década na Globo como animador de auditório antes de ganhar do governo Geisel a sua própria emissora, Carvalho sempre se manteve nos bastidores. Depois de 11 anos, porém, o empresário resolveu, finalmente, brilhar. E conseguiu.
O programa chama-se “Mega Senha”. Percebeu o duplo sentido? Dois candidatos disputam prêmios em dinheiro. Cada um é auxiliado por uma celebridade. O objetivo é descobrir o maior número de palavras a partir de pistas (“senhas”) dadas pelo auxiliar. Se a palavra é “sujo”, por exemplo, o auxiliar famoso pode dizer “limpo” e esperar que o candidato adivinhe. O vencedor pode ganhar, no limite, R$ 1 milhão.

Carvalho é a maior atração de “Mega Senha”. É tão constrangedor que não dá para prestar atenção em nada mais. Nem em Luciana Gimenez, sua mulher, que o acompanha na empreitada. Nem em Sabrina Sato, apesar do decote generosíssimo que exibiu na estreia. A apresentadora do “Pânico” participou do programa na qualidade de “famosa”, ao lado de Tato, do grupo de forró Falamansa.
Sem traquejo, sem carisma e sem graça nenhuma, Carvalho parecia, todavia, bem feliz no papel de apresentador. E é isso que importa. Sua participação pode ser resumida pela leitura das frases mais marcantes que disse ao longo da atração. A saber:
“La garantia soy yo” (ao repetir pela vigésima vez que o prêmio maior do programa é de R$ 1 milhão)
“Ele fala manso” (para Tato, músico do grupo Falamansa)
“Gustavo, não fica olhando para o decote da Sabrina” (para um candidato que foi mal no teste)
“A mulher é muito inteligente. Poderia dar aula de matemática para o nosso filho” (elogiando uma candidata para Luciana Gimenez)

“Já me ferrei aqui em dez contos” (quando a candidata ganhou R$ 10 mil)
“Sempre cabe a mim fazer um lero aqui” (explicando que a candidata podia ficar com o dinheiro ou continuar, arriscando-se a ganhar mais ou perder tudo)
“Canta alguma coisa” (para uma candidata que se apresentou como cantora)
“É uma cotovia” (depois de ouvir a candidata cantar)
“Eu não sou apresentador. Sou empresário” (é verdade)

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