Programa comandado por Claude Troisgros, “Que Marravilha” não tem apenas boas receitas. O novo formato é responsável por revelar facetas do chef desconhecidas do público que o acompanha no GNT desde 2005, quando estreou o “Menu Confiança” — na época com Renato Machado. Quando Renato saiu, e Deise Novakoski assumiu seu posto, o semanal ficou menos interessante, mas isso são outros 500. Vamos ao prato do dia, que é aquele que está no ar agora.
Como entrega o título do programa, Troisgros continua carregando nos erres e falando “azéitche”. No mais, ele mostra uma desenvoltura que os limites do estúdio, onde costumava ficar confinado, não permitiam. Agora, Troisgros recebe um convidado anônimo que quer aprender a cozinhar. Dia desses, por exemplo, foi à feira da Praça General Osório, em Ipanema, com a escritora Paula Gicovate. Ensinou a moça a escolher camarão e aipim, além de falar de seu gosto pelas pimentas, uma descoberta que fez no Brasil. Depois levou Paula à sua cozinha e produziu um bobó de camarão com ótimo aspecto.
Há sempre um risco quando um apresentador quer se “aproximar do seu público”. O perigo é o convidado dominar a cena e brilhar mais e o dono do pedaço perder seu território. Mas não foi nada disso que aconteceu ali. A presença de Troisgros é absoluta. Além disso, ele não fez do programa um amontoado popularesco de dicas. O novo formato pode não ser revolucionário, mas possui agilidade e tem edição esperta. Finalmente, não se pode deixar de registrar: mesmo há tantos anos no ar, Troisgros ainda tem muito a mostrar na televisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário