Existe vida além da Globo?

Existe vida além da Globo?

Por mais que se critique folhetins como “Os Mutantes” ou a parceria desnecessária com a Televisa, a consolidação da dramaturgia da TV Record é um fato que não merece mais dúvidas.

As novelas já representam os maiores índices de audiência do canal, apesar deste produto nem sempre ser tratado da forma que merece, sofrendo com constantes mudanças de horário ou encurralado no início da madrugada, quando o número de televisores ligado já é bem menor.

Entretanto, depois de “A história de Ester”, podemos dizer que este setor da emissora deixou a adolescência e adquiriu uma maturidade raramente vista fora dos muros globais. A qualidade técnica da nova minissérie da Record é impressionante, superior inclusive ao que se produz no Projac.

Direção de arte, sonorização e efeitos especiais extremamente bem cuidados e um tratamento de imagem ousado, que pode transformar este produto em um grande divisor de águas da teledramaturgia brasileira.

Obviamente que o fato de se investir 5 milhões de reais para apenas 10 episódios explica muito deste sucesso, entretanto dinheiro não significa qualidade, pois nem sempre os diretores e produtores de televisão sabem investi-lo.

O ponto negativo da trama é a falta de um elenco homogênio e forte. Apesar de contar com bons nomes, “A história de Ester” não tem os atores mais badalados do momento, que conseguem por si só atrair a audiência. Talvez este seja o motivo da minissérie alcançar menos de 15 pontos no Ibope, índice inferior à qualidade do produto apresentado.

A Record, que tanto sonha em ser líder , mas que sempre tentou este feito seguindo o caminho da cópia e da falta de criatividade, demonstra que quando resolve ser diferente, pode sim estar a caminho da liderança.

Que fase…

Apesar de bem realizada, a nova programação do SBT parece fadada ao fracasso. A primeira semana de estreias não conseguiu emplacar nenhum programa no segundo lugar do Ibope.

Nem Tiago Santiago, nem Roberto Cabrini, nem as novas temporadas de Qual é o Seu Talento? e Esquadrão da Moda demonstraram ter fôlego para bater de frente com o bom momento da Record, que alavancou seu horário nobre usando a mesma tática usada pelo SBT no final do ano para melhorar seus índices: um enlatado na faixa das 21 horas.

E viva a produção estrangeira que continua dominando a nossa televisão e facilita a vida de diretores preguiçosos e acomodados.