Os Trapalhões foi um famoso grupo humorístico brasileiro composto por Dedé (Manfried Sant'Anna), Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes), Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves) e o líder do grupo, Didi Mocó (Renato Aragão)[1]. O nome trapalhão é derivado do verbo atrapalhar, que significa o oposto de ajudar ou fazer alguma coisa da maneira errada. O nome trapalhão tornou-se tão famoso que acabou sendo usado, no Brasil, em títulos de vários filmes estrangeiros de comédia, na tentativa de atrair mais público. Isso ocorreu com alguns filmes de Jerry Lewis, Woody Allen e Peter Sellers.
O quarteto tinha um programa de televisão homônimo, criado por Wilton Franco, sendo um dos maiores fenômenos de popularidade e audiência no Brasil em toda a história, além de ter entrado para o Livro Guinness de Recordes Mundiais como o programa humorístico de maior duração da televisão, tendo trinta anos de exibição. O grupo também estrelou sua própria série de filmes de longa-metragem, todos com grandes bilheterias.
HistóriaPrimórdios
Estreou em 1966 na TV Excelsior de São Paulo com o nome Adoráveis Trapalhões. Reunia na sua fórmula quatro tipos: o galã Wanderley Cardoso, o diplomata Ivon Cury, o estourado Ted Boy Marino e o palhaço Renato Aragão, o "Didi Mocó", além de Manfried Sant'anna, o "Dedé Santana". Com a saída de alguns desses integrantes, e a entrada do sambista participante de Os Originais do Samba Antônio Carlos Bernardes Gomes, o "Mussum", e de Mauro Faccio Gonçalves, o "Zacarias", consolidou-se o grupo que iria mais tarde tornar-se um dos quadros mais famosos da TV brasileira.
Na TV Record, o programa foi chamado "Os Insociáveis", o que desagradava Renato Aragão. Ao passar para a TV Tupi, ele fez com que o nome de "Os Trapalhões" se fixasse como sendo o do grupo (também incluiu Zacarias, no lugar de Roberto Guilherme, que antes completava o quarteto como "Beto"). Ali, Os Trapalhões conseguiram maior audiência em seu horário do que o quase sempre líder de audiência Fantástico, na cidade de São Paulo. Mas a antiga emissora já apresentava muitas dificuldades financeiras, o que trouxe inúmeros problemas aos artistas. Finalmente, o programa foi para a Rede Globo em 1977, onde conseguiu um sucesso duradouro.
O auge
Em 1977, já na Rede Globo, tinham um programa que era apresentado aos domingos, às 19h, imediatamente antes do Fantástico (que começava às 20h), e tinham a formação de quatro integrantes permanentes, além de atores convidados.
Em 1981, sob direção de Adriano Stuart e redação de Gilberto Garcia, Os Trapalhões já tinha um público notoriamente infantil e foi nessa época que o quarteto alcançou grande repercussão, principalmente depois dos sucessos que fizeram no Festival de Berlim. Tanto o público quanto os críticos passaram a ver os quatro integrantes do grupo como os principais representantes nacionais da comédia infanto-juvenil.
Sem Zacarias (1990-1993)
Em 1990, o humorístico estreou sem a presença de Zacarias, que falecera em 18 de março do mesmo ano. Renato Aragão afirmou que Zacarias não teria substituto e honrou o compromisso. Nessa nova fase a principal atração do programa foi o quadro "Trapa Hotel". No hotel cada trapalhão tinha uma função: Didi era o secretário-geral, Dedé era o secretário de esportes e lazer e Mussum era o segurança. Os outros empregados eram: Divino (Jorge Lafond), Sorriso (Tião Macalé) e o diretor Batatinha (Roberto Guilherme). A atriz mirim Duda Little tinha participação no quadro como filha adotiva e melhor amiga de Didi. No mesmo ano, fazia a sua estréia no programa o cantor Conrado, que era o galã do grupo e ficou por três anos e cinco meses no programa, além da sua atual mulher, a ex-Paquita Andréia Sorvetão.
25 Anos dos Trapalhões
Em 1991, o programa passa por outra reformulação: o rap tomou conta do grupo, que mostrava um bairro típico de qualquer cidade grande, onde aconteciam shows de cantores convidados e novos quadros, como a Oficina dos Picaretas e O Filho do Computador. Em julho, para celebrar os 25 anos dos Trapalhões, a TV Globo apresentou uma programação especial, com 25 horas de duração, durante a qual foram lançadas campanhas de conscientização sobre os direitos da criança, com arrecadação de donativos para as obras do Unicef. As comemorações tiveram início no sábado, dia 27, a partir de uma matéria do Jornal Nacional, seguida de flashes ao vivo do Teatro Fênix. No dia 28, a programação teve início às 7 horas com a missa celebrada ao vivo pelo cardeal D. Eugênio Salles e terminou no fim da noite, no Teatro Fênix, com a despedida e o agradecimento dos Trapalhões ao público. Os Trapalhões – 25 Anos teve direção de Wilton Franco e Maurício Sherman e direção geral de Walter Lacet e Aloysio Legey.
O fim dos Trapalhões (1994)
Mussum faleceu em 29 de julho de 1994 e assim o grupo foi desfeito. Durante alguns anos (entre 1994 e 2000) a Globo exibiu reprises de antigos programas. Em 1995, por um breve período de tempo, as reprises do programa foram transmitidas ao vivo nas tardes de domingo pela Rede Globo por Renato Aragão e Dedé Santana. Os dois posteriormente voltaram a atuar juntos na TV no programa A Turma do Didi.
A brigaEm 1983 houve uma crise entre componentes do grupo e Renato Aragão, o que resultou na formação do grupo DeMuZa, que realizou, sem a presença de Renato, o filme Atrapalhando a Suate.
Aragão é frequentemente criticado por não prestar auxílio aos familiares dos seus antigos colegas, que passam necessidades. Em 1998, a família de Mussum, que chegara a passar fome, entrou com processo na Justiça contra Aragão pelo direito do artista de dispor sobre a utilização, distribuição e a reprodução de sua obra: os direitos autorais. Em um comunicado oficial, Aragão declara que sua empresa nunca deixou de cumprir com suas obrigações contratuais com Mussum, na forma determinada pela Justiça, em benefício de seus herdeiros.
Com a família do trapalhão Mauro Gonçalves, o Zacarias, que morreu em 1990, a acusação é diretamente contra a Globo. Em um processo movido em 1998, os familiares de Gonçalves reividincaram uma indenização e o pagamento dos direitos autorais do artista pelas retransmissões do programa Os Trapalhões entre 1995 e 1998. Segundo o processo, no caso de reapresentação do programa, está claro no contrato que o artista teria de receber da Globo 10% do que lhe foi pago pelo mesmo tempo de trabalho, com as devidas correções monetárias. No último cálculo, o montante solicitado pela família à Globo chegava a R$ 120 milhões.
Em 2004, Renato Aragão acena com uma reconciliação com o outro trapalhão sobrevivente, Dedé Santana, durante o programa Criança Esperança. Críticos disseram que a reconciliação foi uma jogada de marketing, num momento em que movimentos homossexuais ameaçaram entrar com processo contra Aragão por difamação e preconceito.
No ano de 2005, Dedé Santana se juntou a Beto Carrero e criou o programa Comando Maluco, exibido pelo SBT e cancelado em 2008, devido à morte de Carrero.
O quarteto tinha um programa de televisão homônimo, criado por Wilton Franco, sendo um dos maiores fenômenos de popularidade e audiência no Brasil em toda a história, além de ter entrado para o Livro Guinness de Recordes Mundiais como o programa humorístico de maior duração da televisão, tendo trinta anos de exibição. O grupo também estrelou sua própria série de filmes de longa-metragem, todos com grandes bilheterias.
HistóriaPrimórdios
Estreou em 1966 na TV Excelsior de São Paulo com o nome Adoráveis Trapalhões. Reunia na sua fórmula quatro tipos: o galã Wanderley Cardoso, o diplomata Ivon Cury, o estourado Ted Boy Marino e o palhaço Renato Aragão, o "Didi Mocó", além de Manfried Sant'anna, o "Dedé Santana". Com a saída de alguns desses integrantes, e a entrada do sambista participante de Os Originais do Samba Antônio Carlos Bernardes Gomes, o "Mussum", e de Mauro Faccio Gonçalves, o "Zacarias", consolidou-se o grupo que iria mais tarde tornar-se um dos quadros mais famosos da TV brasileira.
Na TV Record, o programa foi chamado "Os Insociáveis", o que desagradava Renato Aragão. Ao passar para a TV Tupi, ele fez com que o nome de "Os Trapalhões" se fixasse como sendo o do grupo (também incluiu Zacarias, no lugar de Roberto Guilherme, que antes completava o quarteto como "Beto"). Ali, Os Trapalhões conseguiram maior audiência em seu horário do que o quase sempre líder de audiência Fantástico, na cidade de São Paulo. Mas a antiga emissora já apresentava muitas dificuldades financeiras, o que trouxe inúmeros problemas aos artistas. Finalmente, o programa foi para a Rede Globo em 1977, onde conseguiu um sucesso duradouro.
O auge
Em 1977, já na Rede Globo, tinham um programa que era apresentado aos domingos, às 19h, imediatamente antes do Fantástico (que começava às 20h), e tinham a formação de quatro integrantes permanentes, além de atores convidados.
Em 1981, sob direção de Adriano Stuart e redação de Gilberto Garcia, Os Trapalhões já tinha um público notoriamente infantil e foi nessa época que o quarteto alcançou grande repercussão, principalmente depois dos sucessos que fizeram no Festival de Berlim. Tanto o público quanto os críticos passaram a ver os quatro integrantes do grupo como os principais representantes nacionais da comédia infanto-juvenil.
Sem Zacarias (1990-1993)
Em 1990, o humorístico estreou sem a presença de Zacarias, que falecera em 18 de março do mesmo ano. Renato Aragão afirmou que Zacarias não teria substituto e honrou o compromisso. Nessa nova fase a principal atração do programa foi o quadro "Trapa Hotel". No hotel cada trapalhão tinha uma função: Didi era o secretário-geral, Dedé era o secretário de esportes e lazer e Mussum era o segurança. Os outros empregados eram: Divino (Jorge Lafond), Sorriso (Tião Macalé) e o diretor Batatinha (Roberto Guilherme). A atriz mirim Duda Little tinha participação no quadro como filha adotiva e melhor amiga de Didi. No mesmo ano, fazia a sua estréia no programa o cantor Conrado, que era o galã do grupo e ficou por três anos e cinco meses no programa, além da sua atual mulher, a ex-Paquita Andréia Sorvetão.
25 Anos dos Trapalhões
Em 1991, o programa passa por outra reformulação: o rap tomou conta do grupo, que mostrava um bairro típico de qualquer cidade grande, onde aconteciam shows de cantores convidados e novos quadros, como a Oficina dos Picaretas e O Filho do Computador. Em julho, para celebrar os 25 anos dos Trapalhões, a TV Globo apresentou uma programação especial, com 25 horas de duração, durante a qual foram lançadas campanhas de conscientização sobre os direitos da criança, com arrecadação de donativos para as obras do Unicef. As comemorações tiveram início no sábado, dia 27, a partir de uma matéria do Jornal Nacional, seguida de flashes ao vivo do Teatro Fênix. No dia 28, a programação teve início às 7 horas com a missa celebrada ao vivo pelo cardeal D. Eugênio Salles e terminou no fim da noite, no Teatro Fênix, com a despedida e o agradecimento dos Trapalhões ao público. Os Trapalhões – 25 Anos teve direção de Wilton Franco e Maurício Sherman e direção geral de Walter Lacet e Aloysio Legey.
O fim dos Trapalhões (1994)
Mussum faleceu em 29 de julho de 1994 e assim o grupo foi desfeito. Durante alguns anos (entre 1994 e 2000) a Globo exibiu reprises de antigos programas. Em 1995, por um breve período de tempo, as reprises do programa foram transmitidas ao vivo nas tardes de domingo pela Rede Globo por Renato Aragão e Dedé Santana. Os dois posteriormente voltaram a atuar juntos na TV no programa A Turma do Didi.
A brigaEm 1983 houve uma crise entre componentes do grupo e Renato Aragão, o que resultou na formação do grupo DeMuZa, que realizou, sem a presença de Renato, o filme Atrapalhando a Suate.
Aragão é frequentemente criticado por não prestar auxílio aos familiares dos seus antigos colegas, que passam necessidades. Em 1998, a família de Mussum, que chegara a passar fome, entrou com processo na Justiça contra Aragão pelo direito do artista de dispor sobre a utilização, distribuição e a reprodução de sua obra: os direitos autorais. Em um comunicado oficial, Aragão declara que sua empresa nunca deixou de cumprir com suas obrigações contratuais com Mussum, na forma determinada pela Justiça, em benefício de seus herdeiros.
Com a família do trapalhão Mauro Gonçalves, o Zacarias, que morreu em 1990, a acusação é diretamente contra a Globo. Em um processo movido em 1998, os familiares de Gonçalves reividincaram uma indenização e o pagamento dos direitos autorais do artista pelas retransmissões do programa Os Trapalhões entre 1995 e 1998. Segundo o processo, no caso de reapresentação do programa, está claro no contrato que o artista teria de receber da Globo 10% do que lhe foi pago pelo mesmo tempo de trabalho, com as devidas correções monetárias. No último cálculo, o montante solicitado pela família à Globo chegava a R$ 120 milhões.
Em 2004, Renato Aragão acena com uma reconciliação com o outro trapalhão sobrevivente, Dedé Santana, durante o programa Criança Esperança. Críticos disseram que a reconciliação foi uma jogada de marketing, num momento em que movimentos homossexuais ameaçaram entrar com processo contra Aragão por difamação e preconceito.
No ano de 2005, Dedé Santana se juntou a Beto Carrero e criou o programa Comando Maluco, exibido pelo SBT e cancelado em 2008, devido à morte de Carrero.
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