segunda-feira, abril 26, 2010

TV Globo comemora 45 anos nesta segunda

Há 45 anos, no dia 26 de abril de 1965, entrava no ar a TV Globo, canal 4 do Rio de Janeiro. Ao longo de seus 45 anos, a emissora se tornaria referência mundial em teledramaturgia e uma das principais redes de televisão do mundo e a principal da América Latina.



Entretanto, os primeiros anos de Globo foram marcados por muita polêmica. A emissora entrou no ar em 1965, após um acordo entre Roberto Marinho e a empresa americana Time-Life, que permitiu que a Globo nascesse com um capital aproximado de 6 milhões de dólares. Em troca, a Time-Life passaria a ter participação de 30% nos lucros do canal. Porém, o contrato foi considerado ilegal na época e virou alvo de uma CPI em 1967. Para evitar possíveis desdobramentos sobre a parceria, Roberto Marinho resolveu romper o acordo com o grupo americano em 1971.
O primeiro logotipo da Globo era totalmente diferente do atual


Antes disso, a Globo dava um importante passo em 1966, quando adquiriu a TV Paulista, canal 5 de São Paulo. Dois anos depois era a vez de lançar a TV Globo Minas, em Belo Horizonte. Em pouco tempo, a emissora carioca começava a se expandir e em apenas sete anos de vida já tinha seu sinal disponível em Brasília, Recife, Porto Alegre, Goiânia e Fortaleza. Atualmente, a Globo é a emissora com maior cobertura do território nacional, sendo transmitida através de suas 122 emissoras próprias ou afiliadas, além do exterior, pela TV Globo Internacional.

O primeiro telejornal em rede
O ano de 1969 se tornou um marco na história do telejornalismo brasileiro. Pela primeira vez, um programa jornalístico foi exibido em rede nacional. Em 1º de setembro daquele ano ia ao ar a primeira edição do “Jornal Nacional”, apresentado por Hilton Gomes e Cid Moreira. A transmissão de notícias para todo o país acabou virando modelo na TV brasileira e consolidou o “Jornal Nacional” como o telejornal mais visto até os dias de hoje.
Há mais de 40 anos no ar, o “JN” se tornou referência no telejornalismo


Em 1970, um dos apresentadores mais populares da TV, Chacrinha, chegava à emissora. Ao lado de belas mulheres e com frases marcantes como “Terezinha, Uh Uh”, o apresentador jogava bacalhau na plateia e abria espaço para calouros, se tornando uma lenda na história da TV. Após sair da emissora para uma passagem pela Band, retornou em 1982, com o “Cassino do Chacrinha”, nas tardes de sábado. O programa ficou no ar até 1988, quando o velho guerreiro faleceu.
Com seu jeito irreverente, Chacrinha marcou a história da Globo

Em 1972 mais um marco. A emissora transmitiu o especial “Meu Primeiro Baile”, o primeiro programa da TV brasileira gravado e transmitido inteiramente em cores.

Dramaturgia censurada
Em 1975, a Globo, que se expandiu durante os primeiros anos do Regime Militar, passou a sofrer com a censura. A emissora foi proibida de veicular “Roque Santeiro”, que já tinha 34 capítulos gravados. Para ocupar seu espaço, a emissora recorreu a seu arquivo e reprisou às pressas o sucesso “Selva de Pedra”, de 1972. “Roque Santeiro” seria regravada dez anos depois, com o fim da censura, e se tornaria um marco na teledramaturgia.
Novela censurada na década de 70 foi regravada e é considerada um dos marcos da teledramaturgia

Neste setor, a emissora carioca produziu grandes clássicos que até hoje são lembrados por seus telespectadores como “Irmãos Coragem”, “A Escrava Isaura”, “O Bem-Amado”, “Pecado Capital”, “O Astro”, “Dancin Day’s”, “Vale Tudo”, “Guerra dos Sexos”, “Mulheres de Areia”, “Vamp”, “A Viagem”, “A Próxima Vítima” e, mais recentemente, “Senhora do Destino”, entre tantas outras. Suas tramas não conquistariam apenas o território brasileiro e seriam comercializadas para diversas nações. Vários de seus atores se tornariam célebres em todo o país, como José Wilker, Tony Ramos, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Glória Pires, Raul Cortez, Antônio Fagundes, Suzana Vieira, Tarcísio Meira, Glória Menezes e Regina Duarte, que ficou conhecida como a ‘namoradinha do Brasil’, dentre outros.

Padrão Globo

Em 1976, a emissora implantava o chamado “Padrão Globo de Qualidade”, idealizado pelos diretores Walter Clark e José Bonifácio Sobrinho, o Boni. Desde então, a emissora passava a investir em duas novelas fixas no horário nobre, intercalada pelo “Jornal Nacional” e com uma linha de shows após a exibição do último folhetim. Futuramente, a Globo acrescentaria uma terceira faixa de novelas, formato usado até os dias atuais. O modelo era inspirado na TV Excelsior, que havia sido dirigida pela dupla na década de 60.
Boni, um dos criadores do chamado “Padrão Globo de Qualidade”

Com a consolidação do horário nobre da TV Globo, a emissora aproveitou o momento e se tornou a principal rede do país, já que suas concorrentes, a TV Tupi e a TV Record, passavam por crises financeiras. Com a extinção da primeira em 1980, vários artistas da Tupi migraram para a rede da família Marinho.

Consolidação da liderança
Com o fim da TV Tupi, e a queda de suas concorrentes, a TV Globo disparou na liderança de audiência e faturamento no país. A década foi marcada pela criação do infantil “Balão Mágico”, que ficou cinco anos no ar, do humorístico “Viva o Gordo” e do programa feminino “TV Mulher”.
Graças à popularidade de seu programa, Xuxa virou ‘a rainha dos baixinhos’

Em 1986, a emissora apostava em Xuxa Meneghel, recém contratada da extinta Rede Manchete. A loira, dirigida por Marlene Mattos, apresentaria um dos maiores sucessos infantis da TV brasileira: o “Xou da Xuxa”, que virou sucesso comercial, fonográfico, de audiência e transformou Xuxa na ‘rainha dos baixinhos’.
Nesse ano era lançado o evento beneficente “Criança Esperança”, na mesma época em que o idealizador do projeto, Renato Aragão, comemorava os 20 anos do clássico “Os Trapalhões”.
Outro apresentador que se destacava na concorrência foi contratado pela rede. O irreverente Fausto Silva, do “Perdidos da Noite”, chegava a emissora para comandar os domingos da Globo e fazer frente ao popular “Programa Silvio Santos”, do SBT. A atração, que já passou por altos e baixos na emissora, permanece no ar até os dias de hoje.

Novos investimentos
A década de 90 foi marcada pelos novos projetos da emissora. Em 1991, era lançada a Globosat, primeira aventura das Organizações Globo na recém criada TV por assinatura. Anos depois, a Globo se consolidaria no setor com os canais Globo News, SporTV, Telecine, Multishow e GNT.
Visão de cima do maior complexo televisivo da América Latina
Reprodução/Google Earth

A emissora avançava no cenário esportivo. Até 1995, a Globo dividia os direitos de transmissão dos principais torneios de futebol do país com a TV Bandeirantes. A partir de então passou a comprar os direitos exclusivos da maioria dos torneios, como os campeonatos estaduais, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, entre outros.
Em 1995, a TV Globo realiza um de seus principais investimentos. Roberto Marinho inaugurava o complexo de estúdios do Projac, em Jacarepaguá, o maio núcleo televisivo da América Latina. As novelas e os programas da linha de shows passaram a ser gravados de lá, ficando apenas o jornalismo nos estúdios do Jardim Botânico. No mesmo ano, em comemoração aos 30 anos da emissora, é lançada a novela juvenil “Malhação”, que no último sábado (24), completou 15 anos no ar. Dois anos depois, a Globo inaugura sua filial de jornalismo na capital paulista e passa a exibir o “Jornal Hoje” e o “Jornal da Globo” para todo o país a partir da moderna redação de São Paulo.

Contratações e Era Digital

O final da década de 90 é marcado pela investida da Globo sobre profissionais das emissoras concorrentes. Em 96, a emissora contrata Angélica. Três anos depois, sob o comando de Marluce Dias, a emissora anuncia a contratação de vários nomes de peso, como Jô Soares e Serginho Groisman, do SBT, Ana Maria Braga, da Record, e Luciano Huck, da Band.
Apresentador comemora 10 anos de seu programa na emissora

Em dezembro de 2007, a emissora dá um novo passo em sua trajetória. Iniciou as transmissões digitais em São Paulo. Atualmente a tecnologia já está presente em suas emissoras próprias e em várias afiliadas, porém ainda esbarra na pouca penetração da tecnologia nos lares brasileiros.
Com 45 anos no ar, a emissora do “Plim Plim” é líder em audiência, lucratividade e faturamento, o que fez da Globo a maior rede do Brasil, da América Latina e a quarta maior do mundo. As Organizações Globo possui aproximadamente 12 mil funcionários espalhados por todo país e terá como um de seus principais desafios nos próximos anos a expansão e consolidação de sua transmissão em alta definição.

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