sábado, maio 08, 2010

Quando o realismo dos seriados americanos causa estranheza

Quanto mais realista o programa, mais ele pode parecer absurdo quando exibido fora do país onde foi produzido. Digo isso por causa de um antigo episódio de “Law & order: SVU” que foi ao ar esta semana no Universal Channel. Toda a trama se passou em torno de um bebê que morreu de sarampo. Nossos heróis, os detetives Stabler (Christopher Melloni) e Benson (Mariska Hargitay) seguiam a seguinte linha de investigação: buscar quem tivesse contagiado a criança. No fim da história, o “criminoso” era um garoto de 5 anos que transmitiu o vírus. Ou melhor, a mãe dele, que não o vacinou. A personagem errou, claro, mas no seriado ela é apresentada como um monstro.

Volta e meia, “Brothers & sisters” também causa estranheza. Principalmente porque as questões que cercam a família Walker são de ordem moral. Tem as regras do politicamente correto, muito mais enraizadas nos EUA. Tem a formalização do casamento, mais valorizada lá que aqui. Tem dramas que para nós nem parecem problemas. “The Goodwife” é outro bom exemplo, quando mostra um ambiente profissional hipercompetitivo e as questões do casamento da protagonista traída. Essas diferenças culturais não gritam tanto quando o seriado é menos realista. “Lost” é um exemplo, “Fringe”, outro. Nas duas produções o absurdo reina. Pode parecer contradição, mas às vezes fica muito mais fácil acreditar em tudo.

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